Namoro no Candomblé: O que fazer e o que não fazer!

Namorar No Candomblé ou Na Umbanda dá certo?

Um relacionamento é algo que tem seu muitos prós e seu muitos contras. Mas claro que isso depende de muitos fatores, como histórico amoroso da pessoa, gênio da pessoa, ideal amoroso da pessoa e enfim, necessidades de ambos os envolvidos.

O Candomblé e a Umbanda, principalmente o Candomblé, acabam exigindo muito de uma pessoa. Sacrifícios pessoais que por vezes faz a pessoa se ausentar de casa por alguns dias; há casos em que a pessoa sai do trabalho pro barracão e do barracão pro trabalho sem nem passar em casa… isso por dias!

Na Umbanda a coisa já é mais leve e as exigências são mais ali, na hora, no momento da entrega de uma gira. Mas nem por isso menos preocupante pra um namoro. Há casos de bons casamentos na Umbanda e também há casos que não!

Mas como dito acima, os prós e contras depende muito de uma pessoa pra outra. Depende por exemplo se ela é ciumenta, insegura, possessiva e por aí vai.

Pode Namorar no Candomblé?

No Candomblé a maioria das regras  impostas pelo líder da casa, o pai de santo ou mãe de santo. Outras regras já são da raiz do Candomblé, como de manter o corpo limpo (Sem sexo ou contato carnais) para poder fazer algumas coisas, realizar algum ebó ou até mesmo outro fundamento.

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Mas dois são os fatores que mais pesam dentro de uma relação quando se é um candomblecista: tempo ausente e ausência de sexo!! Claro que há outras, mas as pessoas sempre falam mais dessas duas, pois mexe com duas necessidades humanas dentro de um namoro ou casamento!

Quando um barracão está em função é um verdadeiro corre corre. Há muita coisa pra se fazer. Dependendo da posição da pessoa dentro do terreiro, mais será exigido. Isso demanda entrega, dedicação. Geralmente é um orí em jogo quando se é uma feitura, uma iniciação.

Aí entra aquele ponto, é o namorado, marido, esposa, namorada em casa? Mesmo quando se os dois são da religião, essa situação sempre causa um certo desconforto, ainda mais se for início de namoro. Ciumes e insegurança falam alto nessas horas.

Já a dura missão de manter um corpo limpo, sem sexo, causa certa confusão como já ouvi relatos. Casos de desconfiança, outros de achar exagero e outros casos de não respeitar, se entregando ao desejo por pressão do parceiro ou parceira.

No entanto, tudo isso é amenizado quando ambos são do mesmo terreiro. Mas isso pra alguns é errado, sabia?

Namorar Pessoa do Mesmo Barracão. Certo ou Errado?

Isso sempre gera demanda, sempre gera briga. Opiniões divergem aqui. Não há um certo e errado, como quase tudo no Candomblé. Aqui depende do Bàbálórìsà ou Ìyálórìsà impor suas regras.

As pessoas tem que saber, por exemplo, separar a função ou cargo que a pessoa executa dentro do ilè da vida conjugal. Se o parceiro estiver mais alto em grau de hierarquia, deve respeitar como tal.

Lá dentro não há Maria e João, mas sim omo òrìsà X e omo òrìsà Y, irmãos em fé. Mas isso de irmãos confunde muita gente, que acha que família espiritual é igual família carnal, vendo o namoro entre os irmãos como um incesto, como algo errado.

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Mas devemos voltar pra origem e ver qual o motivo que a pessoa entra para o Candomblé: cuidar de seu òrìsà. Mas não é algo individual, pois muitos participam para um òrìsà nascer e esses muitos são os seus irmãos, pessoas que entraram com o mesmo ideal e que muitas vezes tiveram o òrìsà da cabeça trazido pelas mesmas mãos que a outra pessoa. Essa é a ligação. Nada que proíba um relacionamento.

Mas lá dentro, cada qual deve respeitar o òrìsà da casa, a hierarquia da casa, o àse da casa. Não levar problemas de casa pro terreiro, não fazer cenas apenas porque seu marido ògá está num canto conversando com uma ekéjì. Não fazer caso se na hora de dar um banho no ìyáwo sua esposa for ver um outro homem nu…. e são muitas as situações onde deve se abstrair a relação, pensando no bem comum do barracão e da função que estiver fazendo, seja ela uma iniciação, uma obrigação ou ebó pra algum cliente!

E Na Umbanda, Posso Namorar Alguém Do Mesmo Terreiro?

Como havia dito, a Umbanda não exige muitos dias fora de casa, mas também exige corpo limpo e muito mais ainda, mente limpa. Quase tudo que se fala do Candomblé se aplica a Umbanda.

Mas há situações em que a pessoa briga em casa e vem pro terreiro se consultar com a entidade do próprio marido, pedindo dicas ou até mesmo pedindo pra dar um jeito nele.

A Umbanda lida muito com energia mental e espiritual dos seus médiuns. Casos esses não estejam realmente entregues ali, conectados… a coisa não flui! Há muita interferência! Imagina por exemplo uma esposa vendo o marido incorporado, estando a entidade aconselhando uma linda mulher (Já vi casos de ciumes assim).

O ciúme dela gera uma energia negativa, uma carga que não condiz com a intenção de todos ali: ajudar próximo. Destoa do todo!!

Cabe ao dirigente ver se o casal que ali irá permanecer terá maturidade tanto para se comportar no barracão quanto em casa. E mais uma vez, devem lembrar que são irmãos em fé, nada impedindo a relação entre ambos.

Alguns comportamentos que não devem ser tolerados são: beijos calorosos no meio da gira; troca de afetos como andar de mãos dadas dentro do terreiro; relações sexuais dentro do terreiro estando ou não em função; brigas por causa de ciúmes de outro irmão ou irmã de terreiro; confundir entidade com o parceiro(a), resolver problemas de casa no terreiro.

Muitos outros há, porém esses são os mais problemáticos. Isso vale também para o Candomblé, onde deve se manter o foco ali, nos Òrìsà, na função, no atendimento e não em assuntos mundanos, carnais e conjugais.

Conclusão:

Tudo depende do dirigente ou do bàbálórìsà/ ìyálórìsà. Ele ou ela tem a experiência de já ter vistos casais se dando bem ou não dentro do templo espiritual! Isso no caso entre dois irmãos em fé.

O líder do terreiro também pode aconselhar seu filho caso a pessoa não seja da religião. Até mesmo chamar pra conhecer o local, explicar como funciona a religião e tudo o mais!

Caso você esteja se relacionando com uma pessoa do Candomblé ou Umbanda e você não é, tenha paciência, converse e tente entender o mundo dele(a)! Faça perguntas, visite seu terreiro, conheça seu zelador ou zeladora ou dirigente!

Ambas são religiões sérias, que mexem com energias poderosas e que exigem dedicação, atenção de fato de quem ali está envolvido. Um barracão é como um hospital espiritual, seus líderes como os responsáveis por cirurgias delicadas e seus filhos de santo são auxiliares indispensáveis!

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